(Avaliação) Citroën C4 Cactus Feel Pack 1.6 16V: Ponto de equilíbrio

O C4 Cactus é um dos carros que mais brilhou com a era Stellantis. Se no passado ele chegou a amargar nas vendas com médias de 200 unidades/mês, hoje beira as 2 mil e aumenta cada vez mais. Um salto e tanto, que explica o “surgimento” de tantos Cactus rodando por aí ultimamente. Finalmente está crescendo e aparecendo.

E, claro, as versões mais vendidas são movidas pelo motor 1.6 16V EC5, de aspiração natural, com 115/118 cv de potência e 15,1/16,1 mkgf de torque (gasolina/etanol). Em conjunto com ele está o tradicional câmbio automático Aisin de 6 velocidades. Os Cactus turbo THP são (e sempre foram) caros, por isso se tornaram carros de nicho e hoje vendem pouco, apesar das inúmeras qualidades.

O Cactus é figurinha cada vez mais comum nas ruas, e quem domina nas vendas são as versões aspiradas (Foto: Lucca Mendonça)

Aqui temos a versão mais cara desse Citroën com o motor 1.6 EC5, a Feel Pack, tabelada em R$122.990. Por fora ela é idêntica a top de linha Shine Pack THP: As duas compartilham as bonitas rodas diamantadas aro 17, pneus de perfil alto, lanternas em LED, rack de teto preto brilhante, frisos cromados e outros charmes pela carroceria. Essa cor vermelha é de série, então não custa nada a mais.

A falta mais sentida quando se entra no carro é o couro dos bancos, que dá lugar a um tecido pouco confortável e até grosseiro. Por culpa dele o Cactus perde pontos em conforto e bem-estar interno. Os mais atentos também vão perceber a ausência dos airbags de cortina, que só equipam os modelos com motor THP. Ainda assim, no quesito segurança são quatro bolsas, duas frontais e duas laterais, além de controles eletrônicos de estabilidade e tração.

Por dentro dessa versão Feel Pack avaliada, o banco em tecido desaponta, e os airbags de cortina não estão disponíveis (Foto: Lucca Mendonça)

Pelo menos o bom acabamento do painel e encaixes bem feitos das peças agradam, mesmo com muito plástico duro, fora que alguns “luxos” como a boa multimídia de 7”, ar-condicionado digital automático (integrado à central), painel de instrumentos digital, sensor crepuscular e chave presencial estão presentes. Bem completo, esse Cactus Feel Pack entrega até mais conteúdo que a concorrência.

Ainda assim, o acabamento é bom e existem vários equipamentos tecnológicos a bordo (Foto: Lucca Mendonça)

Confortável e bom de guiar

SUV só aqui no Brasil: Mundo afora, o Citroën Cactus é um belo de um crossover, teoricamente concorrente de VW Nivus e Fiat Pulse, por exemplo. Mesmo um pouco modificado pra se passar por utilitário (suspensões foram erguidas, direção recalibrada e por aí vai), esse pseudo-SUV de projeto francês tem seu diferencial na condução bem próxima a de um hatch.

Originalmente crossover, o Cactus mantém o conforto e dirigibilidade apurada de um hatch (Foto: Lucca Mendonça)

Não é um carro baixo, então sem muitos problemas com obstáculos. Também tem a característica posição de guiar mais altinha e com boa visibilidade dos SUVs, mas a dinâmica da carroceria em curvas, desvios de trajetória e frenagens mais fortes é elogiável como a de um hatch. Esse sempre foi um dom do Cactus: Unir o melhor dos dois segmentos em um só automóvel.

Nesse lema de “melhor dos dois mundos”, lado SUV desse Citroën também brilha pela suavidade e silêncio ao rodar, resultado de um ajuste competente de molas/amortecedores e capricho no isolamento acústico. Quem se dá bem são os ocupantes, que viajam confortáveis e com espaço interno agradável para cinco ocupantes, sem problemas de pernas ou ombros apertados. Pena que o porta-malas tenha abertura muito alta e não seja muito grande…

Todos os ocupantes, incluindo os traseiros, vão confortáveis e com espaço de sobra (Foto: Lucca Mendonça)

Desempenho suficiente

Não é um THP e nem está perto disso, mas esse conjunto composto pelo motor 1.6 16V e câmbio Aisin AT6 agrada no uso. É suficiente para o uso urbano e rodoviário, já que a transmissão não hesita em reduzir marchas quando necessário e logo o motor entrega o torque máximo, disponível aos 4 mil rpm. Pelos dados oficiais, esse Citroën pode ir de 0 a 100 km/h em cerca de 12 segundos e chegar aos 190 km/h de velocidade final.

Motor 1.6 16V não faz milagres, mas agrada no uso diário (Foto: Lucca Mendonça)

Os apressadinhos contam ainda com modo Sport (ativado por um botão no console), que deixa o powertrain mais esperto, trabalhando em altas rotações e alongando as marchas. Por mais que você não curta acelerar muito, esse é o modo mais indicado para as ultrapassagens mais urgentes e retomadas de velocidade sem demora. Também existe a possibilidade de reduzir as marchas manualmente, na própria alavanca.

O câmbio permite trocas manuais na alavanca, e existem os modos Sport e Eco pra cada tipo de condução (Foto: Lucca Mendonça)

Quem definitivamente não quer pressa e prefere economizar combustível pode escolher o modo Eco: Aqui tudo fica “murcho” e focado em gastar pouco, desde acelerador, motor e a transmissão, que simplesmente ignora qualquer tipo de esportividade, sobe marchas o mais rápido possível e só faz reduções nos momentos de kickdown. Pelo menos desse jeito o Cactus fica ainda mais suave e silencioso, já que seu propulsor está quase sempre quieto e trabalhando entre 1.000 e 1.300 rpm.

Até 16 km/l de gasolina: Boas médias pra um SUV de mais de 1.200 kg e com motor antigo (Foto: Lucca Mendonça)

Funciona? E como! Com o tal modo Eco, o Cactus 1.6 EC5 chega a ficar até 30% mais econômico quando comparado com o Sport. Nos sete dias de uso quase diário, o carro chegou a bater os 11,4 km/l no ciclo urbano e até 16,0 km/l no rodoviário, com gasolina, obviamente. Nada mau pra um motor antigo e os 1.215 kg dessa versão.

Vale a pena?

Boa relação custo X benefício e muitos itens de série fazem dele uma boa pedida na faixa dos R$120 mil (Foto: Lucca Mendonça)

Pensando na relação custo X benefício, o Cactus, junto do seu irmão Peugeot 2008, são duas das melhores opções do segmento. E essa versão Feel Pack do Citroën parece ser a mais equilibrada da linha unindo o honesto motor 1.6 aspirado com uma ótima oferta de conteúdos e equipamentos de série. Sem opcionais, apenas acessórios, ela é completona e pode ser uma ótima pedida na faixa dos R$120 mil.

Ficha técnica:

Concepção de motor: 1.597 cm³, flex, quatro cilindros, 16 válvulas (quatro por cilindro), aspiração natural, injeção indireta de combustível, duplo comando de válvulas, variador de fase na admissão e escape, bloco em ferro fundido e cabeçote em alumínio
Transmissão: Automática com conversor de torque e 6 velocidades, com possibilidade de trocas manuais na alavanca
Potência: 115/118 cv a 5.800 rpm (gasolina/etanol)
Torque: 15,5/15,8 mkgf a 4.000 rpm (gasolina/etanol)
Suspensão dianteira: Independente, do tipo McPherson, com barra estabilizadora
Suspensão traseira: Eixo de torção com molas helicoidais
Direção: Do tipo pinhão e cremalheira com assistência elétrica progressiva
Freios: Discos ventilados na dianteira, tambores na traseira
Pneus e rodas: Pirelli Cinturato P7, medidas 205/55. Rodas de liga-leve aro 17
Dimensões (comprimento/largura/altura/entre-eixos): 4,17 m/1,71 m/1,53 m/2,60 m
Porta-malas: 320 litros
Tanque de combustível: 55 litros
Peso em ordem de marcha: 1.215 kg
Aceleração 0 a 100 km/h: 12,0/12,1 seg. (etanol/gasolina)
Velocidade máxima: 185/190 km/h (etanol/gasolina)
Preço básico: R$122.990

Itens de série:

4 Air Bags, Acionamento Das Luzes De Emergência Em Caso De Frenagem Brusca, Alarme Periférico, Apoios De Cabeça Dianteiros E Traseiros Com Regulagem, Assinatura Luminosa Em LED (DRL), Aviso De Não Utilização Do Cinto De Segurança Do Motorista, Cintos De Segurança Dianteiros E Traseiros De Três Pontos Com Limitador De Esforços, ESP (Controle Dinâmico De Estabilidade) + ASR (Anti-Patinagem), Hill Assist – Assistente De Partida Em Rampa, Faróis Dianteiros Halógenos, Faróis De Neblina, Fixação ISOFIX E Top Tether (Fixação Para Cadeiras De Crianças), Lanternas Traseiras Com Efeito 3D, Retrovisores Externos Com Regulagem Elétrica, ITPMS – Sensor De Pressão De Pneus, Travamento Automático Das Portas E Do Porta-Malas Com Veículo Em Movimento, Abertura E Travamento Das Portas Sem Chave “Mãos Livres”, Acendimento Automático Dos Faróis, Partida Sem Chave (Botão Start/Stop), Ar-Condicionado Digital Com Função A/C Max E Climatização Automática, Câmera De Ré, Computador De Bordo Com Indicador De Temperatura Externa, Econômetro, Regulador E Limitador De Velocidade, Volante Com Regulagem De Altura E Profundidade, Limpador Do Para-Brisa Automático Com Detector De Chuva, Tomada 12V, Vidros Elétricos Dianteiros E Traseiros Com Função One Touch, Bluetooth E Entrada Auxiliar USBCitroën Connect Radio – Central Multimídia Touchscreen De 7″, Android Auto E Apple CarPlay, Comandos No Volante, 6 Alto Falantes, Guarda Volumes Entre Os Bancos Dianteiros, Bancos Revestidos Em Tecido Tipo FLINT, Bancos Traseiros Rebatíveis (1/3, 2/3), Regulagem Manual De Altura, Inclinação E Profundidade Do Banco Dianteiro (Motorista), Regulagem Manual De Inclinação E Profundidade Do Banco Dianteiro (Passageiro), Volante Revestido Em Couro, Acabamento Interno Do Painel Em Cinza Com Soft Touch, Protetores Laterais De Porta – Airbumps®, Capa Do Retrovisor Com Pintura Brilhante, Maçanetas Das Portas Com Pintura Brilhante, Molduras Do Farol De Neblina E Do Airbump® Com Pintura Brilhante, Barras De Teto Longitudinais E Funcionais Tipo “Flottant”, Painel De Instrumentos Digital Com Indicação De Velocidade Numérica, Rodas De Liga Leve 17″ – Tipo ROBY ONE Diamantada Com Detalhes Preto Brilhante

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Com 22 anos, está envolvido com o meio automotivo desde que se conhece por gente através do pai, Douglas Mendonça. Trabalha oficialmente com carros desde os 17 anos, tendo começado em 2019, mas bem antes disso já ajudava o pai com matérias e outros trabalhos envolvendo carros, veículos, motores, mecânica e por aí vai. No Carros&Garagem produz as avaliações, notícias, coberturas de lançamentos, novidades, segredos e outros, além de produzir fotos, manter a estética, cuidar da diagramação e ilustração de todo o conteúdo do site.