(Avaliação) Chevrolet Onix Plus Midnight vale mais a pena que um Premier?
O Onix Plus (ou “Novo Prisma” para os mais entendidos) é um carro tão bem acertado quanto seu irmão hatch, e seus bons números de vendas são provas que valem mais do que qualquer argumento. Praticamente toda a linha desse sedan compacto premium é movida por um único conjunto mecânico, no caso o motor 1.0 Turbo de três cilindros e 12 válvulas com 116 cv e 16,3/16,8 mkgf de torque (gasolina/etanol), aliado a uma transmissão automática convencional de seis marchas. Não é nenhum campeão nos números de ficha técnica, mas agrada bastante pela agilidade ao comando do acelerador e um “turbolag” pequeno, o que faz dele um carro bem esperto tanto na cidade quanto na estrada.
Dentro da gama de versões desse Chevrolet, duas se destacam pelos preços bem próximos: Midnight, de R$93.150, e Premier, de R$94.290. Na realidade, a primeira está mais para uma série especial baseada justamente na segunda, o que deixa aquela clássica dúvida: Até onde uma versão especial vale a pena quando falamos de relação custo X benefício? Mas antes vamos ver um pouquinho mais sobre o Onix Plus…
Dirigibilidade e consumo
Fruto de um projeto moderno, esse Novo Onix, tanto na carroceria hatch quanto sedan, é um carro elogiável. A direção elétrica tem peso correto e é bastante precisa, enquanto os freios, mesmo não tendo os discos traseiros, são eficientes para a proposta do carro. Podemos falar ainda do bom acerto das suspensões, o que garante bastante maciez ao rodar sem prejudicar a estabilidade. No geral ele agrada muito, mas merece mais atenção em algumas coisas, como por exemplo no isolamento acústico (que é fraco e não muito eficiente), além dos bancos (pequenos e pouco ergonômicos, principalmente pra quem é “grandinho”).
Outra coisa que conquista é o baixo consumo de combustível, um belíssimo argumento de venda em tempos de gasolina a R$6 o litro em algumas partes do país. Com etanol, o computador de bordo registrou médias de 10,1 km/l no circuito urbano (ar-condicionado ligado e dois ocupantes a bordo), e até 13,6 km/l no circuito rodoviário (a cerca de 100 km/h). Já com gasolina, esses números aumentam pra 13,2 km/l na cidade e até 19,1 km/l na estrada. O tanque comporta só 44 litros, então é pequeno, mas dá conta do recado para o uso diário e viagens não muito longas.
Por dentro: espaço interno e porta-malas
Apesar do tamanho compacto, ele esbanja espaço para os ocupantes. A distância entre-eixos é de 2,60 m, ou 5 cm a mais que o Onix Hatch (graças a uma plataforma modular), enquanto a largura da carroceria é de 1,74 m, permitindo com que ele carregue sem muito aperto até quatro adultos e uma criança no meio do banco traseiro. Na frente, o painel é recuado, então as pessoas mais altas não vão ter aquele desagradável problema das joelhadas na tampa do porta-luvas. Praticidades como o bom ângulo de abertura das portas (praticamente 90º) e assoalho quase plano também conquistam.
Como todo bom sedan, ele tem no porta-malas o maior diferencial, que nesse caso é de interessantes 476 litros. Fica longe dos 536 litros do Honda City ou 525 litros do Fiat Cronos, mas briga de igual pra igual com Hyundai HB20S, Toyota Yaris Sedan e Nissan Versa, por exemplo. O acabamento interno também é razoável para a categoria: usa e abusa do plástico duro, como é de se esperar, mas pelo menos a mistura de texturas agrada. Além disso, os encaixes das peças internas são bem feitos, o que deve reduzir os problemas com ruídos internos no futuro.
Pelo mesmo preço, Midnight ou Premier?
A bem da verdade é que os dois buscam públicos bem diferentes. O Midnight é uma versão “esportivada”, com visual atraente e mais apimentado, algo como um representante da série RS na carroceria sedan do Onix. Seus compradores são de uma faixa etária mais baixa (jovens), ou então buscam um produto diferenciado dos demais. Pra cativar essa galera, ele aposta em um visual “all black”, com direito a rodas de liga-leve pretas, faróis e lanternas escurecidos, vários detalhes em black piano e até os emblemas pintados de preto brilhante.
O interior é mais comum, com uma mescla de preto, prata cromado e bege das colunas e teto, praticamente idêntico ao das demais versões. Claro, como não poderia destoar, o carro é oferecido em uma única cor: Preto Ouro Negro metálico. Olhando de fora, ele faz jus ao nome (que significa meia-noite em inglês), mas por dentro nem tanto. Já o Premier é um Onix Plus topo de linha, com visual tradicional, frisos cromados, rodas prateadas e várias opções de cores, sem nada de esportivo ou diferente.
Normalmente, essas versões especiais têm o seu apelo principal na lista de itens de série bem recheada, o que, aliado a um preço interessante, faz delas um ótimo negócio quando falamos de custo X benefício. Nesse quesito, o Midnight é um ponto fora da curva, já que, ao invés de ganhar, ele perde equipamentos quando comparado com o Premier: ficam de fora as portas USB para os passageiros traseiros, função de espelhamento do celular na central multimídia sem o uso de cabos, além do interessantíssimo Wi-Fi a bordo, com possibilidade de conexão de até 7 dispositivos simultaneamente e os 12 primeiros meses de internet sem mensalidade.
Seu único bônus é a forração em couro ecológico nos bancos, que substitui a mescla de couro/tecido da Premier. Difícil entender essa lógica, ainda mais quando pensamos que ela custa praticamente a mesma coisa que a versão original. Há quem diga ainda que o acabamento interno dessa Midnight é mais simples, perdendo algumas partes emborrachadas. Querendo ou não, seu único diferencial é o visual todo preto e nada mais.
No final, o lema é o seguinte: se você realmente quer um carro com cara de esportivo, que se destaque na multidão e faça bonito na hora de impressionar o vizinho, esse Onix Plus Midnight é a escolha perfeita. Caso contrário, vá de Premier e ainda ganhe alguns equipamentos, sem contar a possibilidade de escolher outra cor para o seu carro novo. Os R$1.000 de diferença? Lembre-se que eles mal pagam os 12 meses de internet a bordo gratuita do Premier, então o investimento adicional vale muito a pena…
Ficha técnica:
Concepção de motor: 999 cm³, flex, três cilindros, 12 válvulas (quatro por cilindro), turbo, injeção indireta de combustível, duplo comando de válvulas, variador de fase na admissão e escapamento, bloco e cabeçote fundidos em alumínio. |
Transmissão: Câmbio automático com conversor de torque de 6 velocidades, sem possibilidade de trocas manuais. |
Potência: 116 cv a 5.500 rpm (gasolina/etanol) |
Torque: 16,3 mkgf/16,8 mkgf entre 2.000 e 4.500 rpm (gasolina/etanol) |
Suspensão dianteira: Independente, McPherson, com barra estabilizadora |
Suspensão Traseira: Eixo de torção com molas helicoidais |
Direção: tipo pinhão e cremalheira, assistência elétrica progressiva |
Freios: discos ventilados na dianteira, tambores na traseira |
Pneus e rodas: Continental PowerContact 2, medidas 195/55. Rodas de liga-leve aro 16 |
Dimensões (comprimento/largura/altura/entre eixos): 4,47 m/1,74 m/1,47 m/2,60 m |
Porta-malas: 476 litros |
Tanque de combustível: 44 litros |
Peso em ordem de marcha: 1.107 kg |
Aceleração 0 a 100 km/h: 10,4 segundos/10,6 segundos (etanol/gasolina) |
Velocidade máxima: 185 km/h |