A onda dos SUVs médios cresce ainda mais com a chegada do Novo Territory

O crescimento da preferência dos SUVs de porte médio é uma clara demonstração do gosto dos brasileiros pelos utilitários. Nem caros e nem baratos, os tais SUVs de porte intermediário passaram a ser o sonho de consumo da nossa classe média. Os fabricantes entenderam e correram para ter o seu representante nesse segmento, que hoje conta com mais de dez concorrentes. Aí, a Ford, aproveitando sua fama mundial na criação e fabricação de utilitários de sucesso, está entrando também nessa onda com seu representante médio, o Territory. Além dele, e do Jeep Compass, lançado no final de 2016, também fazem parte desse time modelos como VW Tiguan, Chevrolet Equinox, Honda CR-V, Peugeot 3008, entre outros.

Apresentado para o público brasileiro, o novo Ford SUV chamou a atenção por suas linhas modernas e atraentes, além de um de seus maiores brilhos, o espaço interno. Dimensionalmente, o Territory é bem generoso: 4,58 m de comprimento, 1,93 m de largura, acomodando até três adultos com tranquilidade no banco traseiro, e bons 2,71 m de entre-eixos, melhorando o conforto de todos. Com meus aproximadamente 1,84 m de altura, me acomodei tranquilamente tanto no banco frontal quanto traseiro. Só para que se tenha uma ideia, o líder do segmento, Jeep Compass tem medidas bem mais modestas: 4,41 m, 1,82 m e 2,63 m, respectivamente.

Outro ponto forte do Territory é o conforto. Além dos bancos macios, que não cansam em longas viagens, o sistema de suspensões independentes absorve bem as irregularidades do piso, como buracos ou lombadas. Andando no carro, percebi um bom nível conforto e suavidade, além de um rodar bastante silencioso. No mais, o sistema de direção tem assistência elétrica com função progressiva, ficando leve para manobras e mais firme para altas velocidades, e os freios são a disco nas quatro rodas. Toda essa modernidade vem acondicionada numa carroceria com refinos, onde painel e portas têm acabamento emborrachado, bancos são forrados em couro, e teto-solar panorâmico e vários detalhes cromados estão presentes, dando um bom aspecto ao interior de uma maneira geral.

O motor do Territory é um quatro cilindros de 1.5 litro, sobrealimentado por um turbocompressor, com modernidades como injeção direta e cabeçote com duplo comando variável (com quatro válvulas por cilindro), gerando uma boa potência de 150 cv. Outro destaque são os 22,9 mkgf de torque máximo, que começam a pouco mais de 1.500 rpm e vão estáveis até 4.000 rpm, resultando em respostas rápidas ao comando do acelerador sempre que necessário.

No câmbio automático, o Territory oferece um CVT (Continuously Variable Transmission, ou Transmissão Continuamente Variável no bom português), com programa que simula 8 marchas fixas. A grande novidade tecnológica dessa transmissão está no funcionamento conjunto de um conversor de torque, semelhante ao usado em transmissões automáticas convencionais, permitindo saídas mais suaves, sem os característicos trancos e desconfortos dos câmbios CVT convencionais. Mas, claro, esse conversor de torque deixa de oferecer sua suavidade se o condutor optar pelo modo Sport: nesse caso, as arrancadas serão mais imediatas, priorizando o desempenho.

Fora mecânica e tamanho, o novo SUV da Ford traz também bastante tecnologia nas duas versões disponíveis, SEL e Titanium, como painel totalmente digital de 10”, multimídia de impressionantes 10,1”, faróis em LED, chave presencial, sistema de alerta de colisão com frenagem autônoma, câmera 360º, sistema de estacionamento automático, carregamento do celular por indução, detector de ponto cego, piloto automático adaptativo, sistema de som com 8 alto-falantes, entre outros vários itens.

Mas, no final, por que tanto sucesso dessa categoria de carros no Brasil? Vemos que, além de porte avantajado, refletindo diretamente no espaço interno, a grande maioria desses utilitários oferece recursos tecnológicos que atraem o público (motores modernos, transmissões automáticas com várias marchas, suspensões independentes em alguns casos, acabamento refinado, além obviamente das parafernálias eletrônicas que tanto conquistam o consumidor moderno). Entre um bom sedan grande e um utilitário médio, ambos igualmente equipados e tecnológicos, a preferência recai quase totalmente sobre o SUV, como provam os números de vendas. Com tudo isso deu pra perceber o motivo da preferência do consumidor brasileiro pelos SUVs, e a novidade do Territory tem grandes chances de abocanhar uma boa fatia desse segmento, com qualidades que elevam o padrão e tornam esses carros ainda mais desejados pelo público.

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Jornalista na área automobilística há 48 anos, trabalhou na revista Quatro Rodas por 10 anos e na Revista Motor Show por 24 anos, de onde foi diretor de redação de 2007 até 2016. Formado em comunicação na Faculdade Cásper Líbero, estudou três anos de engenharia mecânica na Faculdade de Engenharia Industrial (FEI) e no Instituto de Ensino de Engenharia Paulista (IEEP). Como piloto, venceu a Mil Milhas Brasileiras em 1983 e os Mil Quilômetros de Brasília em 2004, além de ter participado em competições de várias categorias do automobilismo brasileiro. Tem 67 anos, é casado e tem três filhos homens, de 20, 31 e 34 anos.